No Vale das Sombras


Gosto de filmes, mas não sou cinéfilo, quer dizer, não daquele tipo que sabe na ponta da língua qual o diretor do filme ganhador do Oscar em mil novecentos e bolinha. Só faço questão de ver um bom filme, evitando roubadas soníferas ou roteiros recheados de explosões e efeitos especiais.

Ultimamente não tenho gastado meu tempo para acompanhar as críticas, nem quis saber quais eram os filmes concorrentes do último Oscar. Me dei conta que acompanhar tanta informação antes de ver um filme acaba contaminando o olhar, melhor assistir de peito aberto, pelo direito de ter a minha opinião.

Por esse motivo ainda não usei esse blog pra emitir opiniões cinematográficas. O que não quero pra mim, não faço para os outros.

Mas gosto de indicações, afinal, é chato ficar em pé diante da prateleira da locadora, perdido diante de tantos títulos e capas sedutoras.

Se recebo uma indicação suspeita, ignoro. Se confio no bom gosto da fonte, aceito e ganho um tempo na escolha.

É com esse espírito que indico "No Vale das Sombras" (In the Valley of Elah), com nomes de peso, como Tommy Lee Jones, Charlize Theron e Susan Sarandon.

Não é um filme de guerra, não é um filme de paz. É um retrato da ferida americana, perdendo seus jovens numa guerra estúpida, como toda guerra, e criando uma geração de sobreviventes profundamente perturbados. O retrato é cruel e corajoso, mostra que existe entre os americanos uma massa crítica que consegue enxergar o próprio umbigo.

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