A queda do capo

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Acaba de sair a notícia da queda de Flavio Briatore, após o escândalo da manipulação de resultados detonado pelos Piquet.

A princípio, uma empresa como a Renault nunca mancharia a reputação da sua marca com tramóias e armações, colocando em risco os valores que construiu durante décadas. Se está no esporte é para alavancar as vendas dos seus carros e para isso, precisa de resultados positivos, dentro e fora das pistas. Após tamanho escândalo, a demissão dos líderes da armação era a atitude mínima que poderia tomar. O prejuízo sofrido é tão grande que antes, sob a desculpa da crise financeira internacional e a falta de resultados, poderia sair da categoria sem grandes consequências para sua imagem, hoje, precisa garantir sua continuidade e investir ainda mais para que os futuros resultados positivos lavem até os últimos respingos da lama que Briatore deixou.

Apesar de nada justificar o que os comandados da Renault fizeram, incluindo Nelsinho Piquet, tão culpado quanto o arrogante italiano, penso que o brasileiro só ultrapassou o limite da ética por reconhecer sua incompetência diante da imensa pressão por um bom desempenho. Tentava convencer-se que não recebia o mesmo equipamento, mas no fundo sentia que não podia corresponder ao que se esperava de um piloto de fórmula 1. Envolver-se em tamanha maracutaia mostra o quanto estava abalado naquele momento.

Porém o abalo emocional não o livra da culpa. Alguns o defendem dizendo que precisou de coragem para fazer a denúncia e escancarar seu erro. Mas fazer isso somente depois de sua demissão não abona sua falta, ao contrário, só expõe ainda mais sua falta de inocência, sua fraqueza moral.

O principal mau caráter da história foi o Briatore. Contratou o piloto enquanto chefe da equipe e, ao mesmo tempo, era seu manager, funções que para mim são incompatíveis. Como um rolo compressor esmagou psicologicamente seu comandado e destruiu sua carreira para sempre, pôs em risco a vida do piloto a de todos os outros participantes (lembram o que uma mola fez com Felipe Massa? Imaginem o risco de todos os pedaços da Renault espalhados pela pista), só para conseguir um resultado positivo e aliviar a pressão sobre si mesmo. Quando descoberto, apelou para a mais baixa e ridícula defesa, acusando a homossexualidade do seu oponente, o que não interessa a ninguém.

Não deve ter sido a única atrocidade cometida na sua busca por resultados, um criminoso aprende sua arte aos poucos e aumenta suas apostas à medida do sucesso dos seus crimes. Muita coisa deve ter ficado para trás. Espero que seja a última.

Duro é saber que sua cela será um iate acompanhado de uma bela mulher e de uma taça de champanhe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um abraço Briatore!!!

rsssss

Sidinei